CAIXOTE DE HISTÓRIAS

sexta-feira

Aviso às Borboletas, eu também voo...

 Na curva das emoções!

Desabafo de uma contadora de histórias que sonha em voar mais alto!!!


Certos momentos de nossas vidas chegam tão fortes que não há tempo a perder pra ser feliz e aí alguns se arriscam, outros sentem como se suas asas fossem bater impulsionando o corpo para frente, mas a musculatura rígida, segura esse corpo ainda indeciso e como um forte vento o lança para traz, firmando-o com os pés no chão e a postura ereta, forte e agora segura.
Por muitas vezes me senti assim, mas a vontade de me lançar livremente em minhas escolhas e voar em meus sonhos sempre persiste...e sem dúvidas, quem me conhece sabe...eu voo.
As vezes são voos baixos, perigosos, cheios de riscos, outras vezes sonhos maravilhosos deslumbrantes...as vezes caio lá do alto, PLUFT! Será a escolha errada? O voo turbulento?
Me recomponho, balanço as asas, tiro a poeira da indecisão e voo novamente, pois sei que lá de cima posso encontrar também mais serenidade, segurança e a felicidade de ter feito a minha escolha, de ter tentado e principalmente de aprendido muito em cada voo.
Algumas pessoas mais racionais e objetivas, talvez não entendam meu modo de voar e esses dias, não por acaso, lembrei-me de um texto que li na faculdade, há muito tempo atrás, mas que desde aquela época retrata meu modo não de ver a vida e sim de voar na vida...
Hevelyn Rolim


AVISO ÀS BORBOLETAS  


Rompi minha crisália!
Agora sou uma borboleta feliz e ansiosa que fia com urgência a sua história. Sei que a minha experiência é breve e preciso projetar para o mundo o tempo em que hibernei.
No meu ciclo de larva eu já colhia tudo - a metamorfose das cores, o vento necessário, a experiência do mel. Involuntariamente eu me construia para o centro, sugava com as patas a seiva das plantas, me preparava para o dia de voar. Mal podia supor que as minhas asas seriam essa tatuagem de todas as formas, sobreposição de escamas cintilantes igual a um telhado suspenso no ar.
Asas, minha enseada, minha perdição.
Acho mesmo que minhas antenas aguçadíssimas e os olhos sensíveis ao som, vieram dessa minha vontade de ir sempre além.
É arriscado voar e é por isso que eu voo. Sou atraída por novas montanhas e desconhecidas planícies - não posso esperar porque o tempo que me pertence é uma única estação. Voo para estar na aventura do voo e voo também pelas borboletas domesticadas que perderam a ousadia de voar. São asas que se tornam apenas ombros, e "ombros suportam o mundo", como o poeta escreveu.
Voo, voo sim!
Simples, a minha natureza é cheia de círculos, de quebra planos, de espirais. Não tenho nada a ver com o voo em linha reta, sou responsável por mim e pela aventura de outras borboletas. Afinal, voar, simplesmente voar é com os pássaros, e inverter o rumo das coisas, migrar sem descanso no horizonte da procura, é com as borboletas.
Por isso, a minha história, aconteça o que acontecer, só deve valer a pena para quem sabe que toda a verdade é sempre um pedaço de uma outra coisa e que o voo mais urgente é revolucionar os jardins. 
UM BIG BEIJO!
TECA
                                                      

3 comentários:

  1. Para você uma canção mínima!

    No mistério do sem-fim
    equilibra-se um planeta.

    E, no planeta, um jardim,
    e, no jardim, um canteiro;
    no canteiro uma violeta,
    e, sobre ela, o dia inteiro,

    entre o planeta e o sem-fim,
    a asa de uma borboleta
    Cecília Meireles

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  2. Adorei seu texto. É por ai o caminho. Uma descoberta aqui, outra ali, e quando menos se espera estamos fora do nosso casulo, com plena liberdade para voar. Voe alto, voe longe, Sucesso para você. Fico na torcida.

    Beijos

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  3. Está chegando nosso dia!!!Tem soretio especial lá no meu blog para contadores de histórias.

    abraços

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