CAIXOTE DE HISTÓRIAS

sexta-feira

DICAS DE UMA CONTADORA DE HISTÓRIAS 


ESTRATÉGIAS PARA CONTAR HISTÓRIAS



1) Escolha do repertório:





Pesquise, estude, encontre uma história que te encante , pois torna-se mais prazeroso na hora de recriar a história. O trabalho de pesquisa é o que toma mais tempo e dedicação do contador de histórias. É preciso atentar para a qualidade dos textos, das imagens, o gosto pessoal, o do público, e o espaço...

2)  Seleção de gestos e vozes:


Esta seleção não pode ser deixada para o momento de contar, temos que ensaiar com antecedência os gestos, movimentos e vozes que vamos usar. Se podemos fazer muitas vozes, muito bem, mas é preferível contar com uma só voz para todos os personagens do que confundir as vozes ou começar com várias e abandoná-las logo.
A voz merece especial cuidado, pois é um elemento fundamental da narração oral. Evitar falar muito lento para não adormecer o público, mas também não tão rápido, para não adormecer as palavras. Falar alto para ser ouvido sem esforço na última fila. As pausas são necessárias, observando sempre para que não sejam prolongadas.

3)  O corpo:



A expressão corporal é importante, pois acentua a troca dos personagens com a mudança das expressões do rosto e atitudes diversas do contador.

 4) A naturalidade:





O contador deve escapar das sofisticações, vozes afetadas, excessivas dramatizações ou tons de superioridade. A falta de espontaneidade e naturalidade diminui o efeito realista e sincero do conto e dificultará a “entrada” do ouvinte na história. É preciso passar tranquilidade, mas a naturalidade não significa, “falar” o conto, mas sim contar o conto, a entonação é diferente do "falar cotidiano".

5)  O olhar:




É fundamental olhar nos olhos das pessoas, como se estivesse contando para aquele ouvinte: o olhar estabelece a comunicação instantaneamente. Os olhos podem expressar mais que palavras.

6) Os recursos:



O contador de histórias também vai se descobrindo dentro do enredo e como condutor dessa viagem, deve surpreender os ouvintes com a utilização de alguns recursos. 
Fala, vestimentas, livros, fantoches, dedoches,  músicas, instrumentos, álbum seriado, caixa de histórias, teatro de sombras e o que mais a criatividade sugerir.

7) Linguagem:





Não fuja das palavras consideradas difíceis do vocabulário, as crianças precisam ampliar seu repertório de palavras, absorver novos significados e mesmo que pareça estranha, muitas vezes , dentro do contexto, a palavra toma forma conhecida. Porém se houver manifestação de incompreensão, faça comparações utilizando sinônimos.


8) A Intervenção:





Se algum ouvinte interromper sua história, querer chamar a atenção, improvise uma estratégia rápida para voltar à cena de maneira carinhosa, porém segura a fim de que os outros não se dispersem. A participação dos ouvintes deve ocorrer partindo da proposta do contador em interagir com o público, mas não podemos deixar que as crianças sintam-se punidas em fazer silêncio. Elas precisam estar concentradas na história por prazer e interesse.

9) A conclusão:




Nem sempre as histórias necessitam ter carater pedagógico com ensinamentos morais, éticos, sociais, explícitos no final. Também não é recomendável que o contador induza ou explique a conclusão ou a moral dessa história. O importante nesse momento é que o entendimento, a interpretação, é individual e nesse caso deve-se respeitar a construção do conhecimento do indivíduo como ser crítico e participativo desse enredo. Gostoso também é poder sonhar e se divertir com as histórias sem o comprometimento de decorar, memorizar ou ter que fazer a conclusão final.



10) A marca:


           


Para fechar com "chave de ouro" esse momento mágico, o contador de histórias pode se transformar num ser mágico, num artista, num cantor, num ENCANTADOR, promovendo oficinas, brincadeiras, distribuindo lembrancinhas, isto é, algo que ilustre a história e marque sua passagem na memória de seus ouvintes para sempre.

BOA VIAGEM AO MUNDO MÁGICO DA LITERATURA !



LEMBRE-SE:

MAIS GOSTOSO QUE SORRIR É DESPERTAR SORRISOS!



HEVELYN ROLIM